quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hidrostática

  • Pressão

Consideremos uma força F aplicada perpendicularmente a uma superfície com área A. Definimos a pressão (p) aplicada pela força sobre a área pela seguinte relação:

p = |F|
       A

No SI , a unidade de pressão é o pascal (Pa) que corresponde a N/m2 . A seguir apresenta outras unidades de pressão e suas relações com a unidade do SI :
1 dyn/cm2 (bária) = 0,1 Pa
1 kgf/cm2 = 1 Pa
1 atm = 1,1013x105 Pa
1 lb/pol2 = 6,9x103 Pa


  • Massa específica e densidade

A massa específica (m ) de uma substância é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o volume (V) correspondente:
 
 
Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm3 , mas no SI a unidade é o kg/m3 . A relação entre elas é a seguinte:
 
 
Assim, para transformar uma massa específica de g/cm3 para kg/m3, devemos multiplicá-la por 1.000 .


  •    Princípio Fundamental da Hidrostática 


Também chamado de Princípio de Stevin, diz que: 

“A diferença de pressão entre dois pontos do mesmo líquido é igual ao produto da massa específica (também chamada de densidade) pelo módulo da aceleração da gravidade local e pela diferença de profundidade entre os pontos considerados”.

Simbolicamente podemos escrever:
Onde d é a densidade do líquido, g é o módulo da aceleração da gravidade local e h é a diferença entre as profundidades dos pontos no mesmo líquido. 

A partir do princípio de Stevin pode-se concluir que:

  • Pontos situados em um mesmo líquido e na mesma horizontal ficam sujeitos a mesma pressão; 
  • A pressão aumenta com o aumento da profundidade; 
  • A superfície livre dos líquidos em equilíbrio é horizontal.


  • Princípio de Pascal

O princípio físico que se aplica, por exemplo, aos elevadores hidráulicos dos postos de gasolina e ao sistema de freios e amortecedores, deve-se ao físico e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662). Seu enunciado é:
O acréscimo de pressão produzido num líquido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.

Blaise Pascal (1623-1662), físico, matemático, filósofo religioso e homem de letras nascido na França.


 
Consideremos um líquido em equilíbrio colocado em um recipiente. Vamos supor que as pressões hidrostáticas nos pontos A e B (veja a figura) sejam, respectivamente, 0,2 e 0,5 atm.
 

 
Se através de um êmbolo comprimirmos o líquido, produzindo uma pressão de 0,1 atm, todos os pontos do líquido , sofrerão o mesmo acréscimo de pressão. Portanto os pontos A e B apresentarão pressões de 0,3 atm e 0,6 atm, respectivamente.
 
As prensas hidráulicas em geral, sistemas multiplicadores de força, são construídos com base no Princípio de Pascal. Uma aplicação importante é encontrada nos freios hidráulicos usados em automóveis, caminhões, etc. Quando se exerce uma força no pedal, produz-se uma pressão que é transmitida integralmente para as rodas através de um líquido, no caso, o óleo.
 
A figura seguinte esquematiza uma das aplicações práticas da prensa hidráulica: o elevador de automóveis usado nos postos de gasolina.

O ar comprimido, empurrando o óleo no tubo estreito, produz um acréscimo de pressão (Dp), que pelo princípio de Pascal, se transmite integralmente para o tubo largo, onde se encontra o automóvel.
 
Sendo D p1 = D p2 e lembrando que D p = F/A , escrevemos:
 
 
Como A2 > A1 , temos F2 > F1 , ou seja, a intensidade da força é diretamente proporcional à área do tubo. A prensa hidráulica é uma máquina que multiplica a força aplicada.
 
Por outro lado, admitindo-se que não existam perdas na máquina, o trabalho motor realizado pela força do ar comprimido é igual ao trabalho resistente realizado pelo peso do automóvel. Desse modo, os deslocamentos – o do automóvel e o do nível do óleo – são inversamente proporcionais às áreas dos tubos:
1 = t 2 è F1d1 = F2d2
Mas na prensa hidráulica ocorre o seguinte:
 
 
Comparando-se com a expressão anterior, obtemos:
 
 


Para medir a pressão atmosférica, Torricelli empregou um tubo longo, fechado por um de seus extremos, encheu com mercúrio e mergulhou a extremidade aberta numa vasilha de mercúrio. O mercúrio desceu até uma altura h=0.76 m ao nível do mar. Dado que o extremo fechado do tubo e acima da superfície livre do mercúrio se encontra quase no vácuo p=0 (na realidade a pressão de vapor do mercúrio que é pequena), e sabendo a densidade do mercúrio é 13.55 g/cm3 ó 13550 kg/m3 o valor da pressão atmosférica é



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  • Princípio de Arquimedes (EMPUXO)

 
Contam os livros, que o sábio grego Arquimedes (282-212 AC) descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso na água se torna mais leve devido a uma força, exercida pelo líquido sobre o corpo, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa força, do líquido sobre o corpo, é denominada empuxo ().
 
Portanto, num corpo que se encontra imerso em um líquido, agem duas forças: a força peso () , devida à interação com o campo gravitacinal terrestre, e a força de empuxo () , devida à sua interação com o líquido.
 
 

Arquimedes (282-212 AC).Inventor e matemático grego.
 
Quando um corpo está totalmente imerso em um líquido, podemos ter as seguintes condições:
 
* se ele permanece parado no ponto onde foi colocado, a intensidade da força de empuxo é igual à intensidade da força peso (E = P);
* se ele afundar, a intensidade da força de empuxo é menor do que a intensidade da força peso (E < P); e
 
* se ele for levado para a superfície, a intensidade da força de empuxo é maior do que a intensidade da força peso (E > P) .
 
Para saber qual das três situações irá ocorrer, devemos enunciar o princípio de Arquimedes:
 
Todo corpo mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
Seja Vf o volume de fluido deslocado pelo corpo. Então a massa do fluido deslocado é dada por:
mf = dfVf
A intensidade do empuxo é igual à do peso dessa massa deslocada:
E = mfg = dfVfg
Para corpos totalmente imersos, o volume de fluido deslocado é igual ao próprio volume do corpo. Neste caso, a intensidade do peso do corpo e do empuxo são dadas por:
P = dcVcg e E = dfVcg
Comparando-se as duas expressões observamos que:
 
* se dc > df , o corpo desce em movimento acelerado (FR = P – E);
 
* se dc < df , o corpo sobe em movimento acelerado (FR = E – P);
 
* se dc = df , o corpo encontra-se em equilíbrio.
 
Quando um corpo mais denso que um líquido é totalmente imerso nesse líquido, observamos que o valor do seu peso, dentro desse líquido , é aparentemente menor do que no ar. A diferença entre o valor do peso real e do peso aparente corresponde ao empuxo exercido pelo líquido:
Paparente = Preal - E



  • Vasos Comunicantes

Quando dois líqudos que não se misturam (imiscíveis) são colocados num mesmo recipiente, eles se dispõem de modo que o líquido de maior densidade ocupe a parte de baixo e o de menor densidade a parte de cima (Figura 1) . A superfície de separação entre eles é horizontal.
Por exemplo, se o óleo e a água forem colocados com cuidado num recxipente, o óleo fica na parte superior porque é menos denso que a água, que permanece na parte inferior.Caso os líquidos imiscíveis sejam colocados num sistema constituídos por vasos comunicantes, como um tubo em U (Figura 2), eles se dispõem de modo que as alturas das colunas líquidas, medidas a partir da superfície de separação, sejam proporcionais às respectivas densidades.
Na Figura 2, sendo d1 a densidade do líquido menos denso, d2 a densidade do líquido mais denso, h1 e h2 as respectivas alturas das colunas, obtemos:
d1h1 = d2h2
Exemplo:Demonstre que líquidos imiscíveis colocados num tubo em U se dispõem de modo que as alturas, medidas a partir da superfície de separação, sejam inversamente proporcionais às respectivas densidades.Resolução:A pressão no ponto A é igual à pressão no ponto B (mesma horizontal e mesmo líquido):
pA = pB
Mas:
pA = pATM + d1gh1
pB = pATM + d2gh2
Assim:
pATM + d1gh1 = pATM + d2gh2
d1h1 = d2h2















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